domingo, 1 de maio de 2011

Viagem de 3 amigos na África do Sul

Uma viagem de trabalho à África do Sul. Um deles era locutor da renascença. Ele contou-a e eu recontei-a. Acabou por ser lida em directo pelo próprio António Sala.


Viagem de 3 amigos na África do Sul


História mirabolante

Do medroso do sala

Numa selva lá distante

Quase perdeu a fala


Senhor sala diga lá

Diga à gente em pormenor

Agora que já cá está

Se teve algum susto maior


Indo à África em viagem

Passear e trabalhar

Pois a vida é uma passagem

Deve-se aproveitar


Foi então que se lembrou

De uns casinos visitar

Mas a roda desandou

Deu-lhe tudo no azar


Um amigo sugeriu

Dar-lhe uma tarde diferente

E uma carrinha pediu

Para levar toda a gente


Logo chegou a carrinha

Que a Amanda conduzia

De olhos azuis e loirinha

A viagem prometia


Se as mulheres de vocês

Estivessem em Portugal

E se em vez de seis fossem três

Não seria tudo mal.


Já dizia a minha avó

Na sua sabedoria

Um mal nunca vem só

Outro traz por companhia.


Eis então que começa

A aventura do dia

Motorista feita à pressa

Pouco ou nada percebia.


Os casinos e a roleta

Queria ver mas não viu

Viu o carro na valeta

Que lhe deu um calafrio.


Viu a morte a cada passo

E não querendo morrer cedo

Levou um grande cagaço

Quem tem pescoço tem medo.


Tudo era desencanto

Já a noite escurecia

Só o medo era tanto

De tudo o que mexia.


Na selva já perdido

Viu a vida no final

Só pensava ser comido

Por um qualquer animal.


Teve fome, passou frio

Tinha cara de pavor

Teve sono não dormiu

Passou horas de terror.


A gasolina já pouca

O desespero aumentava

O leão abria a boca

O apetite chegava.


Já se sentia a demanda

Mas era alucinação

Nos cabelos da Amanda

Via a juba de um leão.


Na hora das aflições

Todo o receio permanece

Pois só tinha uns calções

Para o que desse e viesse.


Já quase de madrugada

Uma estrelinha brilhou

Ao encontrar uma estrada

E ao hotel regressou.


Terminou o pesadelo

O seu banho foi tomar

Não convém aqui dizê-lo

Mas estava a precisar.

Os impostos que os Portugueses pagam voluntariamente... obrigados!


Os impostos que os Portugueses pagam voluntariamente...obrigados!



Este quadro revela

Quem os impostos pagou

Para evitar uma cela

Foi assim que os deixou.


Quase quase de tanga

Já sem carro nem carroça

Gritam eles : - Oh Caramba !!!

Que raio de vida é a nossa.


Sempre muito mal dispostos

Refilando com razão

Lá vão pagar os impostos

Como é de obrigação.


Paga-se imposto por tudo

Do maior ao mais pequeno

O magro e o barrigudo

O branco e o moreno.


É um total desencanto

Esta coisa de impostos

É vê-los em cada canto

Com o seu ar de indispostos


O desespero é comum

Na hora do pagamento

Não escapando nenhum

Que não solte lamento


Estes dois se encontraram

Com os impostos na mão

E foi assim que se queixaram

Lá na repartição.


Como está senhor Ricardo

Os impostos vou pagar

Eu estou bem obrigado

E os mesmos passos fui dar.


- D. Francisca é a lei

Temos de aguentar

- Temos temos bem sei

- É pagar e não bufar.